As tristezas da vida...
Estava tudo parecendo que ia ficar bem, que ia ficar tudo azul, tudo cor-de-rosa com purpurina. Sabia que seria preciso lutar (afinal, nada na minha vida foi fácil - até agora). Mas começou uma avalanche "momento Jó". Perdemos a casa por problemas na documentação (no apagar das luzes, já com contrato na mão), a facção que conseguimos para produzir nossas peças nos apresentou um trabalho vergonhoso (isso depois de eu ter acreditado e pago adiantado uma grana firme... ainda estragaram uma porção de material caríssimo), minha irmã ficou muito doente (e além de ter sido uma barra sinistra segurá-la, tive que solicitar ajuda ao meu ex-marido)... E ainda perdi o João. É muita coisa, muita coisa.
Uma sensação de Atreyu. História sem fim. Atreyu foi convocado para uma jornada que saberia que seria dura, difícil, mas ele era o maior guerreiro de Fantasia, corajoso, capaz. Saiu para vencer o Nada, grande inimigo que estava "engolindo" a terra, as pessoas, tudo. Enfrentou os portais. Perdeu Artax, seu grande companheiro, e quase foi tragado também pelo Pântano da Solidão e da Tristeza. Enfrentou as esfinges, provando ter coragem no coração. Encarou-se no espelho, sabendo que se conhecia bem. Lutou com o próprio representante do mal. Ultrapassou distâncias, mares, viajou tanto... Mas a Torre de Marfim ruiu. A Imperatriz quase morreu, e a torre ruiu como um castelinho de areia... Aquela cara de decepção do Atreyu, de fracasso mesmo depois de ter dado o melhor de si, é a cara que eu estou carregando agora. Depois de tudo, sobrou um grão. A Imperatriz deu o grão na mão de Bastian, a criança capaz de sonhar. Os desejos poderiam recriar Fantasia. Eu preciso reencontrar a criança dentro de mim e fazer que desse grão surjam desejos capazes de reconstruir meu mundo. Mudar da expressão de decepção do Atreyu para a expressão de euforia do Bastian. Ser Atreyu na coragem, mas também um pouco Bastian nos sonhos.
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A música que ilustra as tristezas é "Amen", da Jewel.
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"In the Bible only angels have wings
And the rest must wait to be saved
A dry tongue
Screams at the sky
But the wind just breathes words in
As a strange bird tries to fly
Amen
Pieces of us die everyday
As though our flesh were hell
Such injustice, as children we are told
That from God we fell.
Where are my angels?
Where's my golden one?
Where's my hope
Now that my heroes have gone?
Some are being beaten
Some are being born.
And some can't tell the difference anymore
Amen
Hallelujah
Hallelujah"
As tristezas da vida foram transformadas em mudanças. Não sei se boas, ou ruins, mas necessárias. Do "momento Jó" ao "momento Jonas". Agora estou em Casimiro de Abreu, na casa dos meus avós. è, voltamos pra cá. Conseguimos arrumar as coisas bem, até melhor do que antes. Eu e a mamãe vamos ter que mergulhar na produção. A Feira da Providência está chegando e a gente tá na maior encrenca. Consertei minha bike, o meio de transporte mais utilizado na cidade. Já me matriculei na academia (que aliás, é péeeeessimaaaaa! já viu academia sem ar-condicionado? aqui ne-nhu-ma tem!). Instalei meu computador. Trouxe uma boa parte das coisas. Não sei quando eu volto, talvez no meio do ano que vem. Gostaria de sair daqui para uma situação melhor, de preferência para uma casa própria. Muito ruim não ter onde cair morto. Muito ruim não ter casa pra botar a família dentro. Graças a Deus temos vovó e vovê para nos acolher enquanto for necessário. Aqui estamos bem, até durmo sozinha no quarto. É longe, vou sentir saudade dos meus amigos, da bagunça do Rio. Mas a parte boa é que eu vou comprar um carro. Aí eu fico alternando as casas dos amigos, passando um tempo em cada uma... hihihi... Dependendo de como for, a gente aluga um cafofículo no Rio. Vai ser bom pra mim ficar um tempo fora. Meu coração tá muito machucado, não páro de pensar no João e isso tá me destruindo. Aqui tem 0 chances de eu me apaixonar novamente (só tem preá! hahahaha), principalmente pela mesma pessoa. Porque não importa o nome, se é R. S. , L. S. , R. P. , ou J. P. São todos o mesmo. E pra mim não dá mais. Do jeito que a "maré-do-amor" anda pra mim, melhor ficar quietinha no meu canto, me concentrar só no trabalho. Como disse Nitzche, "Perdi tempo de mais tentando ser feliz, agora tenho que trabalhar".
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Para a música, vamos da mestra-maior, Vanessa da Mata. "Onde Ir".
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"Eu não sei o que vi aqui
Eu não sei prá onde ir
Eu não sei por que moro ali
Eu não sei por que estou
Eu não sei prá onde a gente vai
Andando pelo mundo
Eu não sei prá onde o mundo vai
Nesse breu vou sem rumo
Só sei que o mundo vai de lá prá cá
Andando por ali, por acolá
Querendo ver o sol que não chega
Querendo ter alguém que não vem.
Cada um sabe dos gostos que tem
Suas escolhas suas flores, seus jardins
De que adianta a espera de alguem
O mundo todo reside dentro em mim
Cada um pode com a força que tem
Na leveza e na doçura de ser feliz"
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Ah, e pra quem quiser me achar. Continuo com o mesmo telefone celular, o (21) 8522 0100. O fixo daqui, do Tio Walmar é (22) 2778 4602 (essa semana já pediremos um pra gente). O endereço é Rua Carlos Ladeira, 177, Mataruna, CEP 28860-000, pode mandar carta que eu adoro. Pra vir aqui pode pegar ônibus da 1001 na rodoviária, pra Casimiro de Abreu (tem uns tb que vem pra Macaé e deixam aqui), ou pode vir de carro pela BR 101. Entra pelo portal, segue direeeto a Pastor Luiz Laurentino, pega à esquerda no supermercado do Dadinho, à direita na rua da Capela de Sant'anna, a primeira à esquerda, chegou. É a rua do bar do Paulinho Cabeludo... hihihi... Aqui tudo é referência!
Me desejem sorte, porque eu vou precisar!
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