sábado, 30 de maio de 2009

créeeeeuuuu


hhhaha
Hoje eu tô ruim, tá uma chuvinha chata, um frio chato, tô longe do meu amor.
Vai aí uma piadinha politicamente incorreta, enviada pelo meu amigo querido Francisco de Jesus.
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Origem dos 10 mandamentos
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Deus perguntou aos Gregos:
- Vocês querem um mandamento?
- Qual seria o mandamento, Senhor?
- Não matarás!
- Não obrigado.
Isso interromperia as nossas conquistas.
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Então, Deus perguntou aos Egípcios:
- Vocês querem um mandamento?
- Qual seria o mandamento, Senhor?
- Não cometerás adultério!
- Não obrigado.
Isso arruinaria os nossos fins-de-semana.
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Chateado, mas não derrotado, Deus perguntou aos Assírios:
- Vocês querem um mandamento?
- Qual seria o mandamento, Senhor?
- Não roubarás!
- Não obrigado.
Isso arruinaria a nossa economia.
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Deus, enfim , perguntou aos Judeus:
- Vocês querem um mandamento?
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- Quanto custa?
- É de graça.
- Então manda DEZ!"
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creucreureucreucreucreuCRÉEEEEUUUU! hahaha

sexta-feira, 29 de maio de 2009

"se a fé remove até montanhas, o desejo é o que torna o irreal possível"



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Como esse é um momento de muita reflexão e eu demorei um tempãaaaaooo pra voltar a escrever, faço questão de utilizar esse espaço-tempo-não-utilizado pra falar um bocado e ilustrar bastaaaante.
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Eu nem sei por onde começar, porque é tempo demais sem escrever. Vou começar por um fato pra lá de bizarro que aconteceu faz sei lá, umas 3 semanas (vocês sabem que sofro de um esquecimento terrível, não lembro como e quando as coisas aconteceram, por isso escrevo compulsivamente).
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Aconteceu que eu ia viajar pro Rio pra ver Romain. E era véspera de fazer minha declaração de imposto de renda. E eu tenho conta no Real, no BB e na Caixa, mas não estava conseguindo tirar na internet meu demonstrativo de rendimentos, tive que ir ao banco. Pois é, daí aconteceu que tive que ir ao banco. E passei umas 3 horas entalada numa fila escrota. E passei na rodoviária pra comprar minha passagem e a passagem era pra 40 minutos depois aí eu tive que correr na loja pra pagar meu cartão de crédito no internet banking e correr em casa, comer correndo, tomar um banho correndo e correr pro outro lado da rua pra pegar o ônibus a tempo.
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Aí quando cheguei em casa minha mãe estava com cara de quem tinha visto fantasma. Mãe, que cara é essa?
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Sua irmã não te contou?
Contou o quê, mãe, fui correndo lá na loja.
Ela não te contou quem foi lá na loja?
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Não.
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Então, o Emerson foi lá na loja.
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É, ele mesmo, meu ex-marido.
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A famosa "volta dos que não foram".
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Ele veio aqui na loja, sabendo que poderia me ver. Sendo que eu passei vários dias na loja só eu e Romain, já pensou? Já pensou Emerson chega lá e dá de cara com nóis dois? Que situação... Ele parece que veio pra negociar o terreno de Costa Azul. Disse que ele tinha ligado pra minha mãe? Pois é, ele ligou pra minha mãe bem num dia que Romain estava aqui, uma situação bem chatinha. Mas ele veio aqui, correndo risco de me ver, de coração aberto. Disse que a loja está linda. Disse pra minha mãe que está cheio de dívidas, que os sócios estão brigando, que tem mais de 40 funcionários, que tá virando a noite fazendo pão, que tá trabalhando muito e o dinheiro não tá dando. Disse que está namorando muito, mas que o coração dele está fechado. Perguntou como eu estou, minha mãe disse que eu fiquei triste mas que agora estou bem, que estou trabalhando muito.
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Claro que fiquei pensando muito. Que será que ele veio fazer aqui? Que orgulho ele teve que engolir pra correr o risco de me ver? Será que ele não se importa? Não sei.
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Quando cheguei no Rio, bastou Romain olhar nos meus olhos pra saber que algo tinha acontecido. Depois te conto, não, conta agora. Então, Emerson apareceu, foi lá na loja. Daí ele teve um ataque, disse que Emerson queria voltar pra mim, que me amava ainda, que só podia ser isso. E que diferença faz? Eu amo você, homem, bota isso na sua cabeça. Se você quiser voltar pra ele eu entendo, se você achar que deve dormir com ele pra fechar a tampa eu entendo. Entende porra nenhuma, porque se fosse o contrário eu não ia deixar você dormir com nenhuma ex-namorada, assunto encerrado.
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Falei com a prima sobre esse fato extraordinário. Ela disse que, como eu havia pedido, contou a ele que eu vou me casar com um francês e mudar pra França. Ele disse: ela deve estar feliz, sempre quis viajar pra fora. Silêncio. Ela não insistiu no assunto.

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Então passou um tempo que eu não sei quanto, fui e voltei ao Rio um tanto de vezes. Da penúltima vez aconteceu que quase que não fui, por causa de uma ex-namorada. Fiquei muito puta. Porque ele parece criança, contando coisas parcelado. Sabe o seu gato, aquele que passeia de vez em quando na rua? Pois bem, sabia que ele vive subindo no telhado? Até dizer que o gato se estabacou e morreu, demora séculos. Um dia ele estava aqui em Ruda e disse que teve uma namorada chamada Tereza. É incrível porque isso faz sei lá, mais de mês. Aproveitou um DVD da Elis Regina pra dizer que teve essa tal namorada, que é brasileira, que é atriz, e que deve fazer Elis no cinema. Tá bom , eu sei que não fui sua primeira brasileira (já me basta a história do "gostoso", já contei essa? depois eu conto). Aí depois de mais tantas semanas ele disse: Paollo vem pro Rio e ele conseguiu outro apartamento, bem mais barato. Pelo preço, achei
que fosse no pé do morro. Mas esses franceses não se importam, acham favela a última moda. Daí depois de mil anos eu liguei pra ele e ele disse: estou aqui, eu fulano, beltrano, Tereza, não sei mais quem... Quê??? Quem hein? Tereza, minha ex namorada. Mas tá tudo bem, ela é amiga do Paollo, ela é nossa amiga, tudo bem. Hein? E ela tá ficando no apartamento com vocês? Não, não, ela tem um apartamento no Rio, ela mora em São Paulo mas tem um ap no Rio. Vocês não estão dormindo na mesma casa não né? Não, estamos não. Aí eu comecei a criar uma porção infinitas de neuroses na cabeça. Que eles estavam lá e eu aqui, que ele vive me criticando e se eu visse essa tal e ela fosse do tipo que ele aprovasse ia ser barra. Se ele fizesse qualquer elogio na minha frente eu ia surtar. Não vou, enfim, não vou, não quero ir. Escrevi uma mensagem-tipo-carta no celular, dizendo que não ia pro Rio enquanto ela estivesse lá, que não estava preparada para conhecê-la, que não gosto de me relacionar com ex, que relação com ex é um troço escroto. Depois conversei com Walter no Skype - Walter é um amigo, que amigão querido. Ele falou, deixa de bobagem, Romain agora tem uma mulher única chamada Gabi. Ai, que fofo! Isso é história antiga, faz sei lá, um ano, história antiga. Romain ama você, vem pra cá, deixa de ser boba. Tá bom, vou pensar. Daí mais tarde conversei com Romain no telefone, horas de DR. Disse a ele que não ia aguentar, que era muito estressante (que é muito estressante), ir pro Rio
vê-lo, porque nunca sei o que colocar na mala. Que tudo que eu uso ele não gosta, que a minha vida já é uma merda, um estresse total, ainda vou pro Rio pra brigar com ele por causa de roupa, que coisa imbecil, ninguém merece. Ele me pediu tantas desculpas... Muitas, sorry,sorry,sorry... I promisse i'll try to change... Isso não tem nada a ver com o amor que eu sinto por você, é uma bobagem... Tá bom, eu vou.
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Daí eu fui pro Rio, respirei e fui. Cheguei lá, fomos à praia, fingimos que estava tudo bem. Cheguei e ele colocou uma camiseta de um azul-bic lindo, com desenho de dois bonequinhos tipo playmobil, vestidos de noivo e noiva, escrito "game over". O bonequinho com cara triste e a bonequinha com cara feliz. Achei fofo, mas não gostei da expressão do bonequinho. Game over pra gente também, pô! Enfim, daí acho que fomos na praia, no dia seguinte tínhamos que entregar o apartamento. Deu uma confusão ridícula entre mim e Romain, coisa de falha de
comunicação. A gente tendo falhas de comunicação que eu só comecei a ter com o Emerson depois de 6 anos de relacionamento. Não é uma falha na língua, é uma falha na compreensão, na vontade de entender o outro, na vontade de prestar atenção no que o outro diz. Por fim eu deixei minhas coisas no ap e Walter e Mattiew, coitados, tiveram que carregar minhas bolsas pesadíssimas pro tal do apartamento do Humaitá, ainda tiveram que pagar extra no táxi.
Uó, odeio dar trabalho pros outros. Se fosse comigo, não me importaria de carregar, mas dar trabalho pros outros é péssimo. Quando encontramos os meninos, Walter disse exatamente a mesma coisa que eu disse: seu namorado tem que aprender a pensar. Não é só porque está no Brasil que vai deixar de pensar. ô, péra lá, homem brasileiro também pensa. E eu, que sou mulher, tenho que me acostumar a pensar por dois? Fala sério, quem tem que pensar é
o homem, mulher mal tem neurônio pra mastigar chiclete e andar ao mesmo
tempo.
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Antes de voltar ao capítulo Tereza, vou falar do Walter. Walter é um homem maravilhoso, que homem maravilhoso. A esposa terminou com ele. Ele é um homem grandão, sabe, lindo de doer, um olho azul que faz inveja ao mar do Caribe, corpo branco perfeito, parece um vampirão. Mas ele é muito tímido e assustador. Muito sério, muito elegante, o homem mais elegante que conheci na vida. Só que a esposa terminou com ele. Ele veio pro Brasil e ela foi pra Índia. E ela mandou um e-mail dizendo que não queria mais morar com ele. Ficou frágil... Tentei ter coragem de conversar com ele. Conversamos, conversamos muito. Estava conversando com o rei, o rei me permitiu intimidade. Foi lindo entrar na intimidade da realeza. Saber que o rei tem sentimentos. Conversou sobre ele, conversei sobre mim. Tournou-se um amigo querido demais. Pouco tempo, depois que ele voltou pra Francça, escrevi uma mensagem no Facebook perguntando como ele está. Ele me respondeu com uma carta, falando uma porção de intimidades e dizendo que é ótimo continuar a conversar comigo, porque pensamos na vida de um jeito comum, a gente se
compreende. Me senti muito especial. Obrigada, Walter.
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Tem o Mattiew também, que é um cara bem, legal. Quando ele chegou, tãaao sério, achei até que fosse gay (cara, nada contra gays, pelamordedeus). Roupa combinandinho, ê homem elegante! Camisa pólo até pra dormir. E sério, muito sério. Aí depois fomos jantar e ele se soltou. Começou a fazer tanta palhaçada que eu me escangalhei de rir. Faz mágica, conta piada, promete que
vou ficar bêbada e voltar a comer carne em Paris. Um homem bonitão, de olhos azuis bem pequenos, 34 anos. Assistente de diretor, está largando o cinema pra montar uma pousada com vista pro Mont Blac. Ele é chique, mas é tão figura, tão gente, tão engraçado, que a gente até esquece que ele é chique. Adoro Mattiew!
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Voltando ao capítulo Tereza. Pois bem, depois do papo de terem que carregar minhas malas, fomos pro Humaitá. Aí eu conheci Paul-Edouard, o Paollo, o melhor amigo de Romain. Ele mora em Londres e é a cara, a cara mesmo, cuspido e escarrado, cópia-xérox-autenticada do Mauro, o Maurinho, meu namorado de quando eu era adolescente, aquele que tatuou meu nome no braço
em letras rúnicas. Ele é uma mistura perigosa entre o Matan e o Mauro, é um rapazinho, um garotinho! Quando o vi, falei, nossa, mas você é tão novinho! Ele disse não, eu tenho 29 anos! Mas puxa, parece 17! Ele riu, disse que às vezes pedem identidade pra ele comprar bebida e cigarros. Que menino simpático! Aí conheci Tereza também, aquele jeitinho cool, com roupas que tem toda cara que o Romain gosta, com o mesmo cabelo, meio que parecendo irmã dele. Ainda por cima paulista. Me deu vontade de vomitar. Ah, e tem mais. Sabe o tal do apartamento do Humaitá? Que eu achava que era tão barato que era no pé do morro? O apartamento é lindo, num lugar lindo, bem embaixo do suvaco do Cristo Redentor,o apartamento é da Tereza. É, dela mesma. E a partir de então eles passariam a dormir na mesma casa. Calmaí que eu não entendi. Eu em outra cidade e vocês dormindo no mesmo apartamento? Deixa de ser boba, isso é coisa do passado. Eu sei. Mattiew e Walter indo embora, fica ele e Paollo e ela no mesmo apartamento. Ele, o melhor amigo e a ex namorada. Mas ela não mora aqui, mora em São Paulo, é casada e depois vai embora. Depois quando? Sei lá, 2 semanas. Faz favor de não andar de cueca dentro de casa (porque os franceses só andam de cueca em casa, uma loucura!). Mas ela já me viu de cueca. E é por isso que você vai andar pelado? Faz favor!
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Eu já estava azeitada com esse papo de ex. Sabe, eu não tenho nada contra ela, não tenho nada contra menina nenhuma, quem me conhece sabe que eu até gosto de mulheres, gosto até demais. Adoraria ser lésbica se eu não gostasse tanto de pau tudo estava resolvido. Depois a gente conversou bastante, eu tentei me aproximar dela, falei um monte do Romain. Ela super discreta, uma menina boniiiita que só, educada demais, simples, na dela. Foi muito legal comigo, se importou com o fato de eu ser vegetariana e fez uma porção de comidinhas gostosas pra mim, virou amiga. Como eu digo ao Romain, ela não tem culpa de ter pegado ele no passado. Eles ficaramuns 3 meses juntos e ele ternimou com ela em circunstâncias que eu desconheço. Ela é legal, legal mesmo, fazendo um balanço, ela é super legal. Espero continuar a manter contato. Ela está me dando dicas e está sendo muito prestativa. Tereza, desculpa qualquer coisa e obrigada por tudo. Obrigada por ter emprestado o apartamento pros meninos, lhe sou muito grata. Agora ela está em São Paulo e atendeu meu telefonema com bastante simpatia. Obrigada, Tereza.
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Então, daí eu já estava irritada com essa história. E quando fomos sair, ele me falou: você não devia ter dito aquilo? Hein? Calmaí que eu tô boiando, não devia ter dito o quê? Que o Paollo parecia mais novo, ele pode ter se sentido ofendido, "its not polite". Hein? Allowwww! Sabe, eu tinha um problemão com o Emerson, que era esse papo de ele querer controlar a minha
boca. Eu odeio isso, ODEIO. Eu sou eu, eu sou eu faz 27 anos, quase 28. Sou uma pessoa querida, amada, tenho tantos amigos que infelizmente não tenho tempo para me relacionar constantemente com todos os amigos que eu amo. Não tenho inimigos diretos, ninguém declaradamente, não tenho problemas comportamentais. Sou uma pessoa mediamente bem sucedida, respeitada. Por que diabos quer controlar a minha boca? Sabe, eu acho que a gente não tem obrigação de gostar de todo mundo e nem todo mundo tem obrigação de gostar da gente. Se ele não tiver simpatizado comigo por causa do que eu disse, paciência! Fiquei puta. Mal tinha acabado de chegar e já estávamos discutindo. Ninguém merece.
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Naquela semana discutimos mais um sem-número de vezes. São discussões diárias, discussões inúteis, fúteis, sem-sentido. Não pula uma, não salta uma, toda-vez-que-vamos-sair-discutimos-por-causa-de-roupa. Não posso usar maquiagem ("vai lavar essa cara que não é carnaval, comigo você não sai assim!"), não posso usar minhas calças jeans porque ele acha feias, posso
usar bota, não posso usar tênis, também não posso sair de havaianas que nem ele. Tenho que estar do jeito que ele gosta, do jeito que ele quer. É diário. Controla o que eu como, como eu me sento, principalmente o que eu uso. Por favor, pára de se preocupar com o que as pessoas vão pensar de mim! Deixa que isso penso eu! Se as pessoas tiverem que gostar de mim, vão
gostar, se não, não vão gostar e pronto. Que saco! Que saco, que saco, que saco! Ô homem chato! Saí com ele uma porção de vezes mal humorada, mais uma vez voltei pra casa pra lá de injuriada.
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Vamos comprar sua passagem? NÃAAAOOO! Não estou preparada, não estou a fim! Passa amanhã!
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Falei com a Tereza, falei com o Paollo, falei pra ele, falei pra quem quisesse me perguntar e pra quem quisesse ouvir. Eu gosto do Romain, eu amo o Romain, mas não sei se quero ir com ele pra França. A gente briga muito, a gente discute por imbecilidades aqui imagina lá. E tem a faculdade também. Se eu não volto pra faculdade no segundo semestre tem grandes chances de eu
perder a vaga. E eu quero terminar a faculdade...
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*Andei pensando muito sobre o que eu quero da minha vida, andei pensando demais. De uma vez eu que eu fui ao Rio eu tomei uma chuva de lavar a alma. Enquanto a chuva caía com aquele pingos de balde em cima de mim eu ficava pensando. Será que é tarde pra recomeçar? Meu Deus, será que eu estou velha para recomeçar? O que eu quero da minha vida? Um momento super teste vocacional, aquela coisa de 18 anos. Eu vou fazer 30, meu Deus. Será que é muito tarde pra pensar, será que é isso que eu quero da minha vida? Não, não pode ser, não pode ser. Sabe, eu pra falar a verdade, nunca gostei de moda. Eu gosto sim, eu gosto muito, mas muito mais como consumidora do que como produtora. Eu larguei o Cetiqt não porque eu eu tinha casado ou porque eu não tinha grana ou tempo, mas porque eu descobri que eu queria mesmo era estudar História da Arte. Peraí, mas isso foi quando? 7 anos atrás. E o que aconteceu depois? Ah, depois eu me perdi, foi isso. Mas eu já sabia faz 7 anos atrás que eu queria mais da vida. Sempre falei durante o curso: se é pra ficar fazendo modinha, pra ficar pensando em camisetinha então eu não quero saber de moda.Adivinha qual é o meu trabalho hoje? Pensar em camisetinha.*Sabe, não é isso que quero pra minha vida, eu não quero viver nesse mundo
fútil. Eu não quero mexer com a vaidade das pessoas, não quero fazer com que as pessoas consumam coisas que elas não precisam, que se individem, que se matem pra comprar mais uma bolsa se elas já têm 20 no armário. Não me vejo fazendo isso no futuro. Quero fazer uma coisa boa, quero fazer diferença no mundo. Quero usar a minha comunicação para o bem, 100% para o bem. Se tenho o poder de fazer com que as pessoas falem, de fazer com que as pessoas me
ouçam, então eu quero usar isso para Deus, eu quero que da expressão do meu corpo e da minha mente só saiam coisas provenientes da palavra da Deus. Pregar, praticar o bem 100%. Quero voltar a estudar, quero fazer aquilo que eu mais gosto que é ler e escrever, estudar, produzir conteúdo. Quero me especializar em História da Arte (que eu sempre gostei, lembra?), pesquisar a arte e as manifestações nas religiões pré-cristãs, pesquisar de que forma podemos resgatar valores ancestrais para melhorar o mundo na atualidade. O início do Cristianismo, o cristão-primitivo, pré-romano, pré-católico. Tentar fazer um mundo melhor. Quero fazer mestrado, doutorado, pós... Quero fazer uma segunda faculdade, quero estudar Teologia. Quero voltar a me inserir na igreja, quero fazer parte de uma comunidade cristã. E mais. Tenho pensado em ser reverenda, plano pra daqui uns 10, 15 anos. Quero pregar a palavra de Deus ativamente na comunidade. Fazer com que as pessoas reflitam globalmente. De que forma podemos nos transformar e assim transformar o mundo? Quero escrever, quero publicar (cara, como eu quero publicar!), quero voltar a desenhar, pintar... Quero manifestar-me artisticamente em busca de
um mundo melhor, em busca de um mundo de Deus inspirado em valores primitivos. Uffff. É isso aí. Essa é a trilha, essa é a senda.
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Antes de ir embora conversei um pouco com Romain sobre essas minhas idéias de mudar a minha vida, de voltar a estudar. Ele escutou não tudo mas um pouco, sem nenhuma paciência. Achou bastante imbecil, fez cara feia. Detestou a idéia de eu querer me especializar nos estudos. Teve a cara de pau de dizer "não quero uma pessoa lendo e escrevendo dentro da minha casa o
dia inteiro", sendo que tudo que eu mais quero na vida é ser escritora. E ainda complementou com "e nem pense em ser professora! tudo menos professora!". Sem comentários. Deixei a conversa sobre a minha idéia em ser reverenda para um outro dia. Fui embora no meio dessa discussão.
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*Obviamente que cheguei em casa pesando um monte sobre o que queria da minha vida. A clareza de que é impossível morar em Rio das Ostras, não rola, não tem como. Eu amo a Pomy, eu AMO essa mulher, mas não dá pra fciar aqui. Vou rezar pra que ela consiga uma tranferência pra mim lugar melhor. Rio das Ostras é ótimo, uma delícia, lindo, com praias incríveis, um monte de gente boa, amigos queridos. Mas não é pra uma pessoa cosmopolita como eu. Eu preciso de impressões, de influências, de diferenças. Preciso estudar, terminar meu curso, fundamental. Preciso ir a cinemas, museus, casas de cultura, sarais... Preciso conhecer gente, ampliar os horizontes. Rio das Ostras é ótimo pra aposentados. Mas pra mim não dá. Ou eu volto pro Rio ou
eu volto pro Rio. Fiquei fazendo uma porção de planos de como seria minha vida no Rio. Como seria bom estar perto dos meus amigos novamente, como seria bom voltar pra facul, ficar longe mas perto, ver minha família, ir pra igreja, recomeçar... Seria muito, muito bom morar no Rio novamente. Mais uma vez, mais fortemente, passei a pensar que essa história de ir pra França
talvez fosse uma bobagem. Passei a ver minha vida muito claramente se fosse pro Rio e uma grande incógnita se fosse pra Paris. Como vou dizer pro Romain que não quero ir pra França?
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Ah, aconteceu um negócio legal quando estava voltando. Minha irmã tinha me pedido pra buscar o celular dela que ela tinha esquecido na casa do meu pai. Era dia das mães, mas mesmo assim eu resolvi passar lá. E eu conversei tanto com meu pai... Foi legal, bem legal. Acho que nunca conversei assim antes com ele. Meu pai é legal. Vacilão, coitado, vacilou muito na vida. Entendi
uma porção dos pontos dele. Cheguei até a pensar que tantas vezes ele teve mais razão que a minha mãe. Cheguei até a ficar meio irritada com a minha mãe. Vi um meu pai mais humano, um meu pai mais próximo e até mesmo bem intencionado. Quase agradável. Foi muito bom passar a manhã conversando com meu pai. Entendi mais de mim, entendi mais de uma porção de coisas que eu sinto. Essa coisa de gen é sinistra mesmo. Impressionante como a gente parece nossos pais. Eu sou uma mistura danada de mamãe e papai. Puxei coisas boas e coisas ruins de cada um. Quanto mais eu converso com eles, mais eu converso comigo mesma. Uma terapia excelente. Fiquei me sentindo mais leve, amando mais e mais amada.
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Mas aí eu cheguei tarde no almoço das mães e foi chatão. Minha mãe me tratou muito mal. A gente anda se estranhando. Logo ela, minha melhor amiga, a pessoa que eu mais amo no mundo. Pô mãe, vamos parar de brigar! Desde que voltei a morar com ela que nós estamos nos estranhando. Ela se comporta como se eu tivesse 15 anos e isso me irrita. Ela tem uma filha de quase 30. Não gosto que me controlem, não gosto que fique querendo saber onde estou, com
quem estou, se eu bebo, o quanto eu bebo. É bom compartilhar porque a gente é amiga. Mas daí quando passa de amiga a mãe-chata, que é coisa que eu nunca tive, complexa. E tem essa história de ir pra França, que está mexendo muito com ela. Tem o fato de a gente ser muito amiga e ser difícil separar e tem o trabalho.A gente tá muito mal de grana e quem trabalha com ela sou eu. Vai ficar mesmo difícil depois que eu for embora. Mas eu sempre estarei junto,
onde quer que eu esteja, prometo a ela e a mim mesma. Quero me afastar lentamente da Dona Robaine (ou não), porque quero me dedicar a um caminho bem pessoal. Mas deixa-la nunca, abandoná-la jamais. Felizmente a gente já conversou e já se entendeu.
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Aí fiquei aqui em Rio das Ostras mais sei lá, uns 3, 4 dias. Bate saudade. Aquele cara é chato, mas eu gosto dele. E tem muito pra gente conversar, tem muita pra gente decidir. Pensei que a gente tinha que fazer terapia, que a gente tinha que terminar de botar os pingos nos Is antes que eu pudesse pensar em talvez quem sabe ir pra França. Separei 2 pranchetas, papel pra escrever, seria bom a gente fazer uma terapiazinha básica. Falei com ele que não tinha grana nenhuma, expliquei por alto a minha situação financeira, disse mais do que claramente que dessa vez tá mais foda do que sempre. Não dá pra ficar indo pro Rio, não tenho grana nem pra botar combistível, porque eu não tenho grana nenhuma, tudo que tenho é um buraco no banco, que quando eu tiro qualquer centavo eu tenho que pagar juros. Ele entendeu, falou vem,
vem sim, pra mim é um prazer ficar com você.
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Fui pra lá com muita vontade de ficar com ele. Tereza, Walter e Mattiew já tinham ido embora, ficamos só eu, Romain e Paollo. Bom, sabe, bom. O apartamento é uma delícia. Os ares do Humaitá são incrivelmente melhores do que em Ipanema. Não é segredo pra ninguém que eu detesto Ipanema e aquele povo. Humaitá não, é legal, é no meio do verde, tem comércio, é gostoso, não tem aquela responsabilidade de estar na beira da praia, não tem tanto privilégio assim (apesar da gente praticamente ter o Cristo dentro da sala). Paollo é um cara legal, a gente conversa bastante. Depois chegou Jean-Baptist, posso te chamar de João Batista? Lindo, menino, que coisa mais linda da titia. Quando eu penso que chega de chegar homem bonito, chega
mais. Que manancial de gato que é essa França! Romain sabe mesmo como agregar homens bonitos. João é daquele jeito que carioca gosta: alto, sorriso escandaloso, olhos e cabelos escuros, pele bronzeada. Mas é tímido... No princípio eu achei que ele não gostasse de mim. Eu olhava pra
ele e ele desviava o olhar, com medo não sei de quê. Enquanto todos os amigos do Romain fazem de tudo pra que eu me sinta confortável, João se comportava como se estivesse com medo que eu o mordesse. Calma, neném, titia só morde quem deixa! hahaha
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Levei mala pra passar 4 dias. Cheguei na quinta, era pra ir embora no domingo de tarde, segunda de manhã no máximo. Tempo agradável. Quinta-feira eles cozinharam, Paollo tem uma mão pra cozinha que é uma loucura, jantamos em casa. Fomos pra Lapa, pro Estrela da Lapa, vimos show do Gerson King Combo (das antiiiiiiiiigas!). Maneiro. Sexta-feira fomos ao Cinematéque, quando conhecemos a Puri, uma gata linda, amiga queridíssima, que está
ficando com Paollo (ah, mas isso foi antes de JB chegar, não posso confundir, acho que isso foi na outra semana - como todos sabem, tenho problemas em encaixar os fatos nos lugares corretos).
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Domingo eu fui à igreja. Discutimos de manhã, ah, já tínhamos discutido no dia anterior, mas de manhã tivemos aquela desagradável falha na comunicação. Eu pensei que ele tinha me dito que ia à igreja comigo e fiquei esperando o desinfeliz. Saí atrasada, voando com o carro, enquanto ele me dizia que ia à praia. Depois da missa disse à reverenda que gostaria de conversar com ela.
Me convidou para ir à sua casa tomar um café. Foi tão bom! Absolutamente maravilhoso. Passei a tarde com a família da Inamar. Almoçamos, conversamos muito, pedi opinião dela, da Júlia e do Pedro. As palavras da reverenda foram muito, muito sábias. Não só palavras de uma pessoa inspirada por Deus, mas de uma mulher vivida, que já está no segundo casamento e que tem uma filha de 15 anos. Boa esposa, serva dedicada, mãe excelente. Vale ouvir os conselhos da Inamar. Eles todos me aconselharam a pensar demais se eu quero mesmo ir pra França. Mas ela me disse: tá bom, ele fica querendo que você faça concessões. Mas ele cede pra você? Ele também faz concessões? Porque relacionamento não vale se for via de mão única. Se só você ceder. Você tem que ter um relacionamento com compreensão, reciprocidade e respeito, senão
esquece. Sábias palavras.
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Aí cheguei em casa mais calminha. Ele estava sozinho me esperando, já tinha me ligado umas 300 vezes durante o dia. Eu saí 10 da manhã e só voltei quase 7 da noite. Ele fez comidinha pra mim. Falei que ia arrumar minhas coisas pra ir embora, tinha que ir de manhã bem cedo. Aí ele faz aquela cara de gatinho manhoso... Prrrrrrr... Ronronando... Vai não, vai não, mon amour...
Aí começa a falar que a gente vai passear, que promete que dessa vez vai me levar num jantar romântico, que vai ser lindo, que ele vai me dar um dia lindo. Ai... Gatinho... Tá bom, eu fico...
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Passamos um dia legal juntos. Fomos no Museu do Açude, tentamos ir na Casa Julieta de Serpa, mas estava fechada. Compramos filme pra ver em casa... Ficamos juntinhos, juntinhos, juntinhos. *
Na terça ele me deixou cortar o cabelo dele. Tem noção? Deixar cortar o cabelo dele? Tosar aquele Bovy-style, Besouro-suco-style? Então, ele deixou! Foi muito legal. Um momento lindo de confiança, me senti muito querida, muito especial. Meti a tesoura, depois passei máquina. FICOU TÃO LINDO, FICOU TÃO LINDO!!!! Tá um gatão. Estilo Justin Timberlake, estilo soldado.
Tem casal que quer enfeiar o amado, mas eu não sou assim não, eu quero o melhor pro meu amor. Me senti mais segura com ele e ele se sentiu mais seguro comigo. Comecei a amá-lo ainda mais, se é que isso é possível.
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Pode comprar a minha passagem, agora eu tenho 100% de certeza. Eu quero ir. ***Não quero mais viver sem ele. Depois de dez dias de choque inicial, depois de 3 meses de espera, depois de quase 3 meses de brigas, agora posso dizer: eu já o conheço o suficiente para querer ir. Eu não quero mais viver sem ele. Romain, eu não quero mais viver sem você.
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Então acabei viajando pra Ilha Grande com ele. Ai, foi tão lindo... Fazia o quê, 6 anos que não ia lá, a última vez foi com o Emerson e aqueles episódios de chuva e brigas infernais. Foi uma viagem bem linda. Os meninos são companhias muito agradáveis, Paollo e JB. Passeamos de barco, fomos à Lagoa Azul (onde mergulhei pela primeira vez). Foi tão lindo nadar com
snorkel e nadadeira, fiquei triste por ter um equipamento tão bom aqui em casa e nunca usar. Dia desses vou nadar aqui em Ruda com snorkel e nadadeira. Passei a mão em tartaruga, vi peixinho... A gente está tão feliz, tão feliz, tão se amando... Conheci gente nova, um pessoal lá da Suíça, umas meninas bacanas... Que gostoso ele dirigindo. Foi muito bom. No passeio de
barco teve uma parte bem legal. O barco parou a tipo uns 100 metros de uma praia, a Praia do Amor. O moço do barco disse que a praia era encantada, que o casal que fosse até lá, escrevesse o nomo na areia e desse um beijo, iria ficar junto pra sempre. E disse que a água era gelada... Eu falei, água fria não... E Romain se tacou na água e foi nadando até a praia. Ui! Paollo olhou
pra mim e disse: agora você tem que ir. Tem que ir, né? É. Então botei a nadadeira e fui. Escrevemos os nossos nomes, fiz um coração em volta e demos um beijo. Foi lindo. Muito legal a iniciativa dele de ficarmos juntos para sempre. Ele está se comportando de um jeito bacana... Confiando em mim. Me deu dinheiro pra eu guardar, porque sabia que eu não tinha. Foi legal. Cada vez mais legal.
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Estamos muito apaixonados. A gente transa umas 10 vezes por dia. Tá bom, eu sei, isso não é coisa de se escrever em um blog público, mas é verdade. É uma necessidade de ficar junto dele, uma necessidade de tê-lo dentro de mim, só pra mim, só pra mim... Estou muito apaixonada. Nunca tive orgasmos como estou tendo agora. A gente tem uma energia, uma cumplicidade na cama. Eu passei muitos anos sem sentir prazer, parece que agora tudo está acontecendo
de uma forma natural. A gente se pergunta: por que é tão bom? Porque nós nos amamos. Porque eu amo você e você me ama, é por isso. E isso gera uma energia belíssima, de puro bem, 100% de Deus.
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Depois eu quis ir na casa da Mari pra pegar roupa. Pô, trouxe roupa pra 4 dias e acabei ficando, ficando... Tudo roupa repetida, tudo roupa suja. E ele quer me ver com roupa diferente, né, quer me ver bonitinha todo dia. Fui lá na Mari com ele, escolheu roupas comigo, escolhemos roupas que nós dois aprovamos. Na hora de sair... Adivinha? Pois botei exatamente um vestido que
ele deu um ataque. Preto. preto não, preto não pode, preto é cor triste. Onde diabos esse cara arrumou que preto é cor triste? Minha cor preferida! Troca, com esse você não vai. Fiquei chateada, mas tá bom, eu troco meu bem. Escolhemos uma calça jeans coladinha e uma blusa de tricô listrada. Ele foi pra sala. Fui de mansinho e sentei do lado dele. Meu bem... Ô meu bem...
Posso botar a bota, eu queria tanto calçar minha bota linda nova, deixa... Não. Você sabe, não, não dá, calça qualquer sapato, a bota não dá. Voltei pro quarto quietinha. Sentei na cama, com cara de paisagem. Fiquei pensando, fiquei pensando... Por quê? Mas será possível? Fiquei com cara de quem ia chorar. Aí ele veio e sentou do meu lado. Tive uma crise de choro, uma
crise... Chorei tanto... Ele fica, por favor, fala comigo, fala comigo... Você não está feliz, se estivesse feliz não estava chorando... Fala comigo... Eu chorei, chorei, chorei, chorei de soluçar. Aí comecei a falar. Sabe o que é? É que não é a bota. Bota, maquiagem, cor... Não é nada disso,
bota é só um objeto. A questão é controle. Você quer me controlar, controlar nos mínimos detalhes. Quer um controle-remoto. Pra decidir meu mínimos passos, se possível até meus pensamentos. E assim não dá... Te digo como amiga: ninguém vai te suportar. Nem eu nem ninguém. Tá certo, eu não calço a bota, nunca mais. Só que eu preciso, eu PRECISO que você me respeite. Que compreenda nossas diferenças. Só quero que você aceite que somos diferentes.
Como vai ser na França? Ai, que chato ter que ficar repetindo a mesma coisa o tempo todo... Pareço um disco empenado! Todo dia, todo dia a mesma briga... Que coisa!
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Chato sair de casa depois de ter chorado. Mas foi legal. Fomos pra Lapa, a Mari também foi, dançamos muito, Frescoball, digo, JB, ficou com uma menina, Puri dormiu lá em casa. Tudo legal. Amanhã, último dia do JB. Tchau, Frescoball, boa viagem!
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Ele meio que fica tentando falar umas coisas pra me impressionar, eu acho, pra ver se eu me deslumbro. Diz que vai me dar cartão de crédito, que vai me dar iPod. Caguei. Continuo com a minha cara de paisagem. Enquanto não é meu, nem é comigo. O computador que ele me deu está aqui, quietinho, hibernando embaixo da minha mesa. Não sou pessoa deslumbrada. Se quisesse dinheiro, estava onde estava. E além do quê, estamos cansados de saber que ele não é rico. E se fosse, não mudaria nada. Talvez fosse um pouco mais chato... hihih
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Tentamos comprar a minha passagem no Rio, mas não deu, precisávamos do meu passaporte. Compramos passagem pra ele e Paollo viajarem pra Salvador, eles foram na quarta-feira. Agora, nesse momento, estão em Lençóis Maranhenses. Voltam no dia 13. Uma viagem bem bacana, difícil negar. Mas se eu estou decidida a ir, tenho que resolver uma série de pendências. Não quero deixar mágoas, não quero deixar rabos. Tenho que legalizar a empresam resolver a
comunicação da Dona Robaine, vender o carro... Tenho muitos afazeres, não posso desperdiçar essas semanas. Claro que conhecer o nordeste não seria disperdício, mas sem dúvidas um retardo nos meus afazeres.
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Comprei a minha passagem daqui. Ele me deu o cartão de crédito dele. Muita confiança. Tá certo, ele não me deu a senha, mas ainda sim foi uma confiança. Ele diz que vai me dar um cartão de crédito mesmo. Acho que ele já sacou que eu sou responsável e econômica. Sacou rápido. Muito mais que ele, aposto. Mas acabou que não consegui comprar com o dele por causa de uma
série de exigências, só faltaram pedir atestado de óbito da bivó. Vou ter que comprar com o meu, mas só segunda-feira, porque paguei com atraso e ainda não liberou. Data de ida: 8 de julho. É, falta bem pouquinho... A volta está marcada pro dia 8 de outubro, mas é uma data simbólica. Eu disse a ele: a data de volta não importa. Ou eu volto, ou não volto. Acontece que, pra eu ficar lá, precisamos casar. Isso aí depende de pra que lado a biruta está virada.
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Mas ele até que está se comportando bonitinho. Depois do meu ataque de choro ele redobrou os cuidados. Ele fica toda hora falando que quer muito que seja tudo perfeito, que quer muito que eu seja feliz. Está preocupado que eu aprenda francês, que eu encontre um curso pra estrangeiros por lá. Pediu que eu ligasse pra Tereza, porque quando ela foi pra lá não falava. Ela me deu a dica da Sorbonne, mas eu vi na internet uns cursos com preços estratosféricos, foríssima da minha, da nossa, realidade. Nem falei com ele ainda. Ele quer que eu veja a questão da universidade, quer me ajudar. Os amigos dele também, são uns fofos... Mattiew já me ofereceu emprego no restaurante de um amigo, eu acho ótimo! Estou mesmo preocupada em trabalhar logo. Não gosto da idéia de ficar dependendo da grana de Romain. Matmat disse que ele e Walter estão combinando de me buscar no aeroporto, já que Romain não tem carro. Legal! Saudade dos meus amigos! Romain não quer que eu trabalhe agora, só em setembro, porque provavelmente ele também só volta a trabalhar em setembro. Quer viajar comigo pela Europa, me mostrar lugares especiais, me apresentar pessoas... Já pensou? Gabriela Robaine, diretamente de São-Cri-Cri, nas Zoropa? Já pensou? Eu agora vejo isso tão próximo... Mas
a minha educação de brasileira pobre me faz continuar a só acreditar quando acontecer. Pés no chão, sem deslumbramento. Quando acontecer, vai acontecer. São Tomé. É ver pra crer. Também não sei se vou aceitar não trabalhar logo. A parte fofa disso é que a minha passagem de volta está marcada pra outubro. Se ele quer que eu só comece a trabalhar em setembro, então ele não quer que eu volte. E pra que eu não volte, vocês já sabem o que tem que acontecer...
Será? Nem sei se eu acredito. Nem sei se eu mereço.
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E tem o irmão dele, que também é super legal comigo. Me chama de "irmã", de "a coisa mais linda da Família Bovy". Fofo demais! Disse que está feliz com o fato de eu chegar lá no início do verão. Me mandou uma porção de fotos do apartamento que vamos morar. Ele me dá muita segurança em relação ao desejo que tem que eu faça parte da família. Disse "o apartamento é pequeno, mas está bom para vocês começarem". Muito lindo! Pra ele a gente já vai casar,
já está casando. Ele quer tanto isso... Muito lindo. Abençoado seja. Eu não sei se ele vai ficar com a gente no ap, mas parece que no início vai. Eu adoro aquele menino, acho a companhia dele uma delícia. Só não gosto do clima de férias da casa. Na verdade eu não sei se eles são assim quando não estão de férias. Mas não gosto de bebida dentro de casa, cigarros, drogas, música alta à noite. Não sei se eles são assim, mas não quero essa energia dentro da minha casa, se vai ser a minha casa. Tudo que quero é ficar tranquilinha com Romain, tudo que quero é recomeçar a minha vida com ele, só nós dois. Vai ser muito bom, eu tenho certeza. Eu o amo e ele me ama também.
Não tenho dúvidas de que vai ser muito bom.
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Tem a questão dos embates morais, que são por demais filosóficos e às vezes até um pouco chatos. Ele me chama de "naif", diz que eu sou cabeça fechada, antiquada. Mas isso diz na hora, depois ele me compreende e até me dá razão. Eu não consigo pensar nessa coisa particupar, nessa coisa prazer-pessoal. Eu penso global. Penso que fazemos parte de uma comunidade e que a nossa comunidade faz parte de uma imensa comunidade que é o planeta Terra. Tudo,
nos mínimos detalhes, que possamos fazer, já ajuda. Ser uma pessoa boa. Não comer carne, não usar drogas, não deixar a torneira aberta, dar bom dia ao vizinho. Tudo faz parte de um pensamento global. Às vezes ele não entende. Outro dia me pediram pra ligar pra um traficante, pra pedir tantos gramas de maconha não sei de quê, pra marcar de encontrar não sei aonde... Falei, ó cara, me pede qualquer coisa, mas isso eu não faço não. Mas é só um telefonema, não é pra você, deixa de ser boba... Ó, isso eu não faço não. Eu penso com a minha cabeça. Me orgulho de ser uma pessoa madura, de não ser maria-vai-com-as-outras, de ter minha moral. Não participo. Não preciso usar drogas, não preciso encher a cara pra me divertir. Eu já tenho quantidade suficiente de drogas no sangue. Não participo de atividades ilegais, não participo de nada que abertamente saibamos que é um câncer na sociedade. Quero deitar minha cabeça no travesseiro e dormir bem. Tem outras coisas também, que eu não posso contar aqui, porque por incrível que pareça, é ainda mais pessoal. O fato é que vez em quando a gente briga também por
questões morais. Na hora ele dá um ataque, depois ele entende e até me dá razão. Talvez isso faça com que ele me respeite mais, faça com que ele me veja como alguém de cabeça feita, talvez até uma boa mãe. Espero, gradativamente, conquistar esse respeito dele, e que isso se espalhe para todas as áreas. Que aceite minhas opiniões, que me ouça, que me deixe fazer parte. Que possamos ser companheiros.
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Segunda-feira eu confirmo a minha viagem. Gente, estou indo, estou indo mesmo, acreditam? 8 de julho. Incrível. Estou feliz. Eu quero muito ser feliz com ele. Que Deus tenha misericórdia de nós e nos permita seguir essa jornada juntos.
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Espero que ele esteja se divertindo com Paollo lá no nordeste. Estou muito feliz por eles. Não estou com muita saudade, sei que a gente spo vai se ver dia 13. Estou controlada e tranquila. Agora eu sei que vamos ficar juntos e eu sei que é isso que ele quer e que ele vai lutar por isso.
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A música de hoje é da Marisa Monte, a musa de mármore, irretocável. "Bonde do Dom".
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"Novo dia
Sigo pensando em você
Fico tão leve que não levo padecer
Trabalho em samba e não posso reclamar
Vivo cantando só para te tocar
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Todo dia
Vivo pensando em casar
Juntar as rimas como um pobre popular
Subir na vida com você em meu altar
Sigo tocando só para te cantar
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É o bonde do dom que me leva
Os anjos que me carregam
Os automóveis que me cercam
Os santos que me projetam
Nas asas do bem desse mundo
Carregam um quintal lá no fundo
A água do mar me bebe
A sede de ti prossegue
A sede de ti..."
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Eu amo o Romain. E amo a idéia da gente ficar junto.
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quinta-feira, 28 de maio de 2009

Lilian Jambo I


Botei I porque sei que de onde veio esse tem mais. Essa amiga é fogo puro, e escreveu esse texto que achei bem bacana. Vai aí o controlC+controlV.
"Oi, peregrino.
Tô me masturbando pensando em você me seguindo até um beco escuro... Você está me comendo gostoso, com esse pau todo enfiado em mim. Agora eu to de quatro, com a bundinha bem empinada, e você fica louco, me pega pelo quadril e enfia bruscamente, me dando um prazer com doses de loucuras violentas e goza... Continua me comendo, segurando meus seios quase fartos, morde minhas costas só pra ouvir meus altos gemidos de dor e prazer, e vem falar no meu ouvido todas aquelas sacanagens que você ainda não me disse, e me pede pra chupar seu pau e te masturbar bem gostoso, e eu o faço com jeito que estou sendo obrigada, e vc bate na minha bunda e fala:-chupa sua safada e engole a minha porra ou você apanha, sua cadela.E eu por pura safadeza cuspo tudo bem no meio da sua cara, só pra te provocar e me deixar maluca, só de pensar nessa sua mão enorme levantada pra me dar porrada.E é o que você faz, me dá um tapa no rosto e outro na minha bunda e fala: - É isso que você quer, sua devassa? É isso?! E eu respondo:- me bate, bate mais,bate,me faz te obedecer meu carrasco!
E você me amarra de um jeito que prende meus pulsos e eles no meu pescoço, me tornando mais quente e sensível, me deixando de novo de quatro, só que me lambendo como um cachorro a procura de sexo, agora você enfia esse seu dedo enorme na minha xota e come meu cuzinho, bem de vagar, só porque sabe que gosto que o faça com violência brutal e inconseqüente.E eu suplico para me comer mais rápido e você tapa a minha boca com sua mão ainda em porra, e eu fico mais excitada com aquele cheiro do seu pau, e lambo cada um de seus dedos,como quem está com muita fome e você goza mais uma vez,me solta e pergunta:- agora você aprendeu vadia?!e vem cá me comer por cima agora.E eu sento nesse pau duro e fico gemendo tão alto que até os cachorros da rua ficam latindo.Você toma meus seios nas suas mãos e os aperta um pouco forte e meu corpo se joga tanto para trás que meus cabelos se confundem com seus pêlos, quase como um impulso,me jogo pra frente e esfrego meus seios no seu rosto e você fica tentando chupar e eu esfregando e gritando até que eu gozo como nunca gozei antes.
E me deito ao seu lado entorpecida, com todo esse cheiro de sexo inocente e barato. "