segunda-feira, 15 de março de 2010

ciumes




Como faz uma pessoa que é doente de ciumes? Acho que estou começando a ficar doente. Eu não suporto, eu sinto o meu estômago revirar. Eu não sei como vai ser o proximo verão, quando teremos (terei, no caso) que conviver com mulheres de top less querendo abraçar o meu marido, como se fosse a coisa mais normal do mundo. As amiguinhas, intimas. que ja foram bem intimas, algumas que eu sei e outras que eu imagino mas nao quero saber. É a primeira vez que lido com esse instinto de possessao bizarro. eu não gostaria de ter isso, não entendo de onde que vem e tenho medo de pra onde que vai. Sinto que eu poderia matar, poderia mata-lo ou poderia me matar. Um instinto violento. Às vezes eu tenho vontade de deixa-lo porque o amo demais. Amar assim não faz bem nem pra si mesmo nem para o outro. Sufoca. Preciso observar meu comportamento, ver se devo me tratar (se é que existe tratamento pra isso). Preciso encontrar outras motivaçoes pra minha vida, outros desejos, interesses pessoais. Eu sempre achei que o amor deveria ser em primeiro plano, ainda acho, mas vejo que isso de certa forma pode ser perigoso. Me sinto mal. Sinto raiva. Quero sumir de mim mesma.

domingo, 14 de março de 2010

eu te amo e quero voltar pra você...



*
Eu tentei, tentei viver outras experiências. Reescrever a vida de outra forma, com outras cores, em outro endereço... Deixar a vida antiga pra tras e começar uma nova. Mas não adianta, é aqui que minha alma quer ficar. Aqui que eu me sinto em casa, que eu sinto o impulso desesperado de ser eu mesma. Eu não quero mudar, quero ser eu mesma. Eu gosto da historia que construimos juntos. Eu sei o quanto isso parece absurdo, mas eu posso sentir seu cheiro. Sua textura, sua familiaridade. Eu quero continuar do ponto onde paramos, talvez eu possa até mesmo te contar o que aconteceu durante o periodo em que estivemos separados. Preciso filosofar. Preciso filosofar com você. Eu te amo e quero voltar pra você. Não, eu não quero um novo blog. É aqui que eu vou continuar a escrever a historia da minha vida. Porque você é a bruta flor do querer, porque eu sou a bruta flor do querer.
*
*
*
"Onde queres revólver, sou coqueiro
E onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não
E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alto, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão
Onde queres família, sou maluco
E onde queres romântico, burguês
Onde queres Leblon, sou Pernambuco
E onde queres eunuco, garanhão
Onde queres o sim e o não, talvez
E onde vês, eu não vislumbro razão
Onde o queres o lobo, eu sou o irmão
E onde queres cowboy, eu sou chinês
*
Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor
*
Onde queres o ato, eu sou o espírito
E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher
Onde queres prazer, sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido, sou herói
Eu queria querer-te amar o amor
Construir-nos dulcíssima prisão
Encontrar a mais justa adequação
Tudo métrica e rima e nunca dor
Mas a vida é real e de viés
E vê só que cilada o amor me armou
Eu te quero (e não queres) como sou
Não te quero (e não queres) como és
*
Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor
*
Onde queres comício, flipper-vídeo
E onde queres romance, rock’n roll
Onde queres a lua, eu sou o sol
E onde a pura natura, o inseticídio
Onde queres mistério, eu sou a luz
E onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro
E onde queres coqueiro, eu sou obus
O quereres e o estares sempre a fim
Do que em mim é de mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente pessoal
E eu querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há e do que não há em mim"