Meu amigo querido... Sonhei com você hoje. Curioso como você me veio vestido de Fernando Pessoa e de repente virou Manoel de Barros. Perto era Pessoa, longe virou Barros. Mudou, mutou, migrou, transfigurou. Mas as cartas permanecem. O desenho que você fez da minha boca, ainda guardo com carinho. O carinho, ainda guardo com carinho. Às vezes passo na porta da sua sala, esperando você sair. Eu sei que você não está. Mas ainda espero o dia que volte. Temos muito assunto a conversar, muito assunto... Estou aqui. Espero que esteja bem.
"Com pedaços de mim eu monto um ser atônito.
Tudo que não invento é falso.
Há muitas maneiras sérias de não dizer nada, mas só a poesia é verdadeira.
Não pode haver ausência de boca nas palavras: nenhuma fique desamparada do ser que a revelou.
É mais fácil fazer da tolice um regalo do que da sensatez.
Sempre que desejo contar alguma coisa, não faço nada; mas se não desejo contar nada, faço poesia.
Melhor jeito que achei para me conhecer foi fazendo o contrário.
A inércia é o meu ato principal.
Há histórias tão verdadeiras que às vezes parece que são inventadas.
O artista é um erro da natureza. Beethoven foi um erro perfeito.
A terapia literária consiste em desarrumar a linguagem a ponto que ela expresse nossos mais fundos desejos.
Quero a palavra que sirva na boca dos passarinhos.
Por pudor sou impuro.
Não preciso do fim para chegar.
De tudo haveria de ficar para nós um sentimento longínquo de coisa esquecida na terra — Como um lápis numa península.
Do lugar onde estou já fui embora. " MB.
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"Não esqueci do livro, não esqueci de você... "
"... revisitei lugares e na paisagem, vi você na margem do rio."
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Take care...
Um comentário:
Gabi, já pensou em selecionar algumas coisas e publicar. Esse post, eu leria três vezes ao dia, depois as refeições, religiosamente durante semanas!!!!!!!!!
Beijos, amiga!!!!
Sou seu fã!
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