Esse post vai ser longo, preciso falar, preciso falar, P-R-E-C-I-S-O-F-A-L-A-RRRRR!!!
As coisas não tem sido boas nos últimos tempos para mim, especialmente afetivamente falando. Fazendo uma retrospectiva puxando láaaa de longe, melhor falar lá de longe, já que resolvi fazer uma espécie de terapia nesse momento tão crucial, momento de decisão extrema. Ok, back to basement. Acreditando que todas as pessoas tem uma missão na vida, deixa-me tentar descobrir alguma para os que habitaram esse coraçãozinho que vos fala.
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1 - Leonardo, meu primeiro beijo. Eu tinha o quê, 12 anos? Feio, coitado. Mas beijava muito bem, me ensinou um monte. Eu me sentia uma boba, fiquei com ele durante uns 6 meses sem conversar. Pensava que se eu falasse algo ia parecer ridícula. Sem noção. Missão: me ensinar a beijar.
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2 - Oficialmente, Rodrigo Jorge. Uma figura patética. Meu primeiro namorado oficial. Pedi pra namorá-lo e depois disse que não queria, por telefone. Não me via com aquele figura que não conseguia andar e mastigar chiclete ao mesmo tempo. Missão: me ensinar que pedir em namoro e dar um pé nabunda é algo muito natural.
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3 - Emerson, primeira vez, eu tinha 15 anos. Pedi pra namorar num sábado, no outro terminei. Disse que ele era um homem para casar e eu queriia beijar na boca e suspirar pelo Bon Jovi. Missão: aprender a ter cuidado com aquilo que se deseja.
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4 - Zé Roberto. Meu primeiro namorado mais sério, eu tinha 16 anos. Foi meu primeiro homem, com quer tive minha primeira transa. Um santo, que eu invoco até hoje quando preciso de paciência divina. Namoramos 5 meses e ele queria casar. Terminei antes de completar o sexto, quando teoricamente iríamos noivar. Casou com a namorada seguinte e teve 3 filhos (ui!). Missão: tirar minha virgindade e me ensinar a pensar melhor no futuro.
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5 - Matan. O grande amor da minha vida, eu tinha 16 anos. Nunca namoramos oficialmente, mas tivemos um relacionamento de uns 4 meses entre idas e vindas. Virou cara crônico, me apeguei a homens que me tratem mal. Me tratou mal feito uma inútil. Um judeu que nunca teve pretensão de me assumir para a família. Eu era pobre e ele rico, ele judeu e eu nada. Foi embora para a Europa morar com o pai milionário. Até hoje não sei se gosto dele. Missão: me enfiar um monte de traumas na cabeça, aprender a me colocar no meu lugar inferior no mundo e me iniciar no carma de só gostar de quem me trata mal.
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6 - Mauro. Namorinho legal, divertido. Cabeludo, gostosinho, daquele jeito que eu gostava, um neném. Eu tinha 17 anos, por aí. Transamos muito, curtimos muito. Entre idas e vindas, durou 6 meses. Missão: aprender a namorar alguém que também gostasse de mim. Não funcionou porque ele era muito imaturo, depois de eu ter terminado com ele e ele insistido arduamente para voltarmos, me largou porque queria fumar maconha. Detalhe sinistro: fez uma tatuagem no braço com meu nome e sobrenome em letras rúnicas. Hoje deve ter virado um dragão.
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7 - Sequência de atropelamento. Alberto, Leandro, Leo. Peguei os 3 ao mesmo tempo no SENAI. Um descobriu do outro e deu uma confucão danada. Missão: aprendi que não se pode pegar vários ao mesmo tempo, principalmente no mesmo local, furada.
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8 - Emerson, segunda vez, 19 anos. Euu não sabi o que estava fazendo e fui morar na casa dele. Fiquei lá por 6 anos e meio. Dessa história já se sabe um pouco. Trabalhei feito uma mula, saí praticamente com uma mão na frente e outra atrás. Em consequência hoje eu tenho uma sinistra dívida no banco e uma vida que nem sei se serei capaz de manter. Estou vendendo o carro pra pagar contas. Depois de 7 anos de trabalho e de vida a dois ele teve o despeito de me chamar de interesseira. Mesmo eu decidindo não processá-lo. Missão: aprender a não confiar em ninguém. Saber bem onde estou me enfiando antes de cair de cabeça num casamento. (será que eu aprendi?)
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9 - Rapha, com 26 anos. Ficamos uns 5 meses, eu pedindo pela-mor-de-deus-me-come e ele fugindo de mim igual o diabo da cruz. Paguei papel de ridícula publicamente. Resultado de anos de carência, foi o primeiro a passar a mão na minha cabeça. Missão: aprender a não insistir em transar com um homem que não queria transar comigo. (aprendi?)
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10 - Leandro, com 26 anos. Maluquice total. Gostoso demais, 92 quilos de pura gostosura. Culturamente ignorante, precisava de um dicionário pra entender o que eu falava. Mesmo estando namorando teve a cara de pau de dizer que não confiava em mim, por isso nunca poderíamos ter um relacionamento. Saímos umas 4 vezes e hoje nem sei se ainda o acho bonito. Babaca de plantão. Cheguei a pensar em casar com ele (credoincruizo!). Missão: aprender a não ficar afim de um homem mais burro que eu.
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11 - Rodrigo, o Pacheco, com 26 anos. Ficamos uns 6 meses. Quando o conheci, fez questão de parecer bom moço. Disse que queria coisa séria. Me enrolou, cheguei a pegá-lo com outra. Paguei papel de ridícula demais. Me apaixonei e fiquei burra. Sempre disse que não poderia oficializar namoro porque não estava preparado. Depois de eu ter desistido dele, começou a namorar uma mariola podre em menos de uma semana. Comecei a ficar com João, ele se arrependeu e me fez perguntas quase ao nível de saber se o pau do João era maior. No fim foi ele quem pagou papel de ridículo. Missão: aprender a ter noção e não me apaixonar por uma voz sensual, perfume gostoso e uma barba encorpada. (putz, essa eu aprendi?) Ah, aprender a não me iludir. (hein?). me fazer ter coragem de sair de casa.
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12 - João Paulo, com 27 anos. Achei que tinha encontrado um príncipe encantado. Me apaixonei, arriei os 4 pneus. Jurou de pés juntos que ia largar a namorada pra ficar comigo, quem levou o pé na bunda fui eu. Me humilhei feito criança e ele continuou me comendo. Ridículo. Gostava de mim, mas me perdeu por falta de atenção, nem por causa da namorada. Cheguei a pensar em casar com ele e ir morar em Petrópolis. Covarde de carteirinha. Missão: aprender a não me apaixonar por um gatinho manhoso que faz promessas vãs. Parar de acreditar em príncipes encantados. (hein? essaí eu perdi).
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13 - (ui, que número cabalístico!). Romain Bovy, com 27 anos. O conheci em dezembro, ainda estava com o João. Não faz o meu tipo físico, sojeito esquisito, estrangeiro, nem português fala. Fiz o possível para não me apaixonar, mas mostrou-se um príncipe encantado, irresistível. Passamos 10 dias de sonho e foi embora com a promessa de casarmos da próxima vez. Namoramos 3 meses cravados pela internet (foi embora 19 de dezembro, voltou 19 de março), atencioso e querido na maior parte do tempo. Começou a ficar esquisito umas 3 semanas antes de chegar. Quem era príncipe voltou sapo. Arrogante, mandão, excroto (só tenho essa palavra pra usar, sorry). Mais preocupado em surfar do que em ficar comigo. Mais detalhes no próximo post. Missão: deixar claro que eu preciso fazer terapia. Não é possível que eu só goste de quem não gosta de mim.
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Enfim, depois desses homens que habitaram meu infinito particular, cabem várias reflexões. Como diz minha amiga Pomy: quem são suas referências? Quem você está buscando? Meu pai nunca foi um grande exemplo de "homem" pra mim. Mas ele sempre foi querido, afetuoso, gentil demais com minha mãe e com as filhas. Nos manteve em bons colégios, às custas de trabalho árduo. Cresci em uma casa onde o amor imperava, sem brigas, harmônica. Não tínhamos luxos, mas viajávamos nas férias, íamos ao cinema, visitávamos museus. No geral, um bom homem, por mais que ho~je não sejamos muito íntimos. Meu avô é um homem que sei-lá-porquê eu resolvi adotar como modelo. Heróico, trabalhador, criou os 8 filhos com imenso sacrifício, até passando fome. Um vitorioso que conseguiu construir sua casa e que hoje vive de forma tranquila. Mas sempre foi um tirano com a minha avó, que agora depois de velha resolveu respondê-lo. Não sei se é um bom exemplo.
Mas os 2 homens que eu estou comparando agora são bastante neuróticos. Emerson, meu marido de número 1, cresceu sem pai. Não sem pai efetivamente, mas o pai um bêbado inútil que a mãe pôs pra fora de casa. A mãe o criou feito um patrão, nada mais natural que ele resolvesse que ser patrão era dar amor. Virou um neurótico distorcido, sem referência de família amorosa. Romain, o suposto marido de número 2. A mãe morreu logo após o parto do irmão. Foi criado apenas pelo pai, um homem batalhador que ele admira muito. Não sei que tipo de referências ele tem de família, mas ele não viu o casal pai-mãe se comportar em casa. Não sabe como dar amor a uma mulher, não tem noções mínimas de gentileza e educação diante da dama. Não sei em que planeta vive, se é na França ou em Marte.
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Estou cansada de homens neuróticos. Que tal aparecer um normalzinho pra mim? Quero um super que não precise fazer anos e anos de análise pra descobrir que gostaria de ter uma esposa e que quer se doar a ela, dentro de uma relação de doação mútua, companheirismo, amizade. Compartilhar, essa é a palavra. Sem brigas, sem disputa de ego. Quero viver de forma tranquila, um respeitando o outro da forma que é. Tempo máximo de espera: 10 anos.
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A música pra ilustrar esse post é Grand'Hotel do Kid Abelha.
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"Um dia um caminhão
Atropelou a paixão
Sem os teus carinhos
E tua atenção
O nosso amor
Se transformou
Em "bom dia!"
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Qual o segredo
Da felicidade?
Será preciso ficar só
Prá se viver
Qual o sentido
Da realidade?
Será preciso ficar só
Prá se viver...
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Se a gente não dissesse
Tudo tão depressa
Se não fizesse
Tudo tão depressa
Se não tivesse
Exagerado a dose
Podia ter vivido
Um grande amor..."
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Preciso aprender a me amar mais.
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